quinta-feira, 14 de maio de 2009

Encontraria Cortázar?

“O homem está na cidade, como uma coisa está em outra. E a cidade está no homem que está em outra cidade”. É possível ler Paris através dos textos de Cortázar.

Nascido em 1914, em Bruxelas, Bélgica, onde seu pai exercia cargo diplomático, o escritor Julio Cortázar mudou-se com quatro anos para a Argentina, onde viveu até 1951, quando deixou o país rumo à França.

Um dos responsáveis pela projeção internacional de autores latino-americanos na década de 60 - ele divide com Jorge Luís Borges o mérito de ser o grande escritor de contos da América Latina, Cortázar fez de Paris sua casa e musa inspiradora. “Paris é uma mulher, e é um pouco a mulher de minha vida”, dizia. “Na Europa, tive de confrontar todo o meu sistema de valores, minha maneira de ver, minha maneira de ouvir (...). A realidade européia deixou o meu chão ensaboado, me tirou do lugar”.

Cortázar viveu em Paris até sua morte, em 1984. Poucos anos antes, em 1981, recebeu, do presidente François Mitterrand, o título de cidadão francês. Está enterrado no cemitério de Montparnasse.

Cortázar produziu grande parte de sua obra em Paris, onde morou por quase toda a vida. Na França, enquanto escrevia livro como As Armas Secretas (1959), o romance O Jogo da Amarelinha (1963), Histórias de Cronópios e de Famas (1970) e Octaedro (1974), trabalhou como tradutor da Unesco.

Considerada a sua obra mais importante, O Jogo da Amarelinha é a história de um homem, chamado Oliveira, que deixa a herança e deixa a América por outra cidade, Paris. É, de certa forma, a estória do escritor e de tantos outros que fizeram de Paris. E um passeio pela Cidade Luz dos anos 60.

Outros contos famosos, como "Axolotl", do livro Final de Jogo (1956) e "Manuscrito Encontrado em um Bolso", do livro Octaedro (1974), são ambientados, respectivamente, no Jardin des Plantes e no metrô parisiense.

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