quinta-feira, 14 de maio de 2009

Cielo

Cortázar em Paris

Cite Universitaire
56 Rue d’Alésia
54 Rue Mazarine
91 Rue Broca
24 bis Rue Pierre Leroux
10 Rue de Gentilly
9 Place du General Beuret
4 Rue Martel
Cemitério Montparnasse


Céu

Cortázar finaliza “Os Autonautas da Cosmopista“.O livro sairia em novembro de 1983. Os direitos foram cedidos ao povo nicaragüense.

“Leitor, talvez já o saiba: Julio, o Lobo, termina e organiza sozinho este livro que foi vivido e escrito por Osita e por ele, como um pianista toca uma sonata, as mãos unidas em uma busca solitária de ritmo e melodia (...) A ela lhe devo, como lhe devo o melhor de meus últimos anos, terminar sozinho esse relato. Bem sei, Osita, que terias feito o mesmo se eu chegasse a te precedesse na partida, e que tua mão escreve, junto com a minha, estas últimas palavras nas quais a dor não é, não será nunca, mais forte que a vida que me ensinaste a viver, como mostramos nessa aventura que chega aqui a seu final, mas que segue, segue em nosso dragão, segue para sempre em nossa autopista”.

Tudo tem cheiro de despedida: viaja a Buenos Aires – para encontrar amigos e familiares, Cuba – para se encontrar com os amigos da Casa das Américas, Nicarágua, organiza “Salvo el crepúsculo”, livro que reuniria todas as poesias que havia escrito e que seria publicado de forma póstuma.
Duas vezes teve que ser internado de urgência no Hospital Saint Lazare. Aurora o atendia e preparava a roupa para a internação, Luis Tomasello o levava e o trazia de volta: “Se entro uma terceira vez, já não saio”, disse Cortázar quando regressou para sua casa depois de vários dias no hospital. No hospital seguiu trabalhando. Com as últimas forças, se acomodava na cama do quarto e escrevia poemas para um livro de quadros de Tomasello. Às vezes, se erguia para olhar de relance pela janela o pátio do Hospital Saint Lazare, onde está internado.
Cortázar morre em um domingo, 12 de fevereiro de 1984. Foi sepultado dois dias depois, no cemitério de Montparnasse, pouco antes do meio-dia. Fazia frio e apenas um pouco de sol passava entre as árvores.
Ali, debaixo de uma mesma lápide que desde então nunca deixou de estar acompanhada por um ramo de flores amarelas, descansam Carol Dunlop e Julio Florêncio Cortázar, enormíssimo cronópio.

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